“Fazer sentido”. Um desafio da ART-MAP LAB ao 23 Milhas, esta é uma exposição transversal aos vários espaços culturais do Município de Ílhavo, em que são revelados os trabalhos resultantes das oito residências artísticas da ART-MAP LAB que a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré acolheu ao longo dos primeiros meses de 2017, a que se juntam alguns artistas convidados, em mais de uma centena de obras.
Em cinco pontos do mapa ilhavense, mais de trinta artistas nacionais e internacionais reúnem as suas obras, recorrendo a materiais, técnicas e expressões distintos, mas com um traço comum: a força do território.
O projeto começou na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré no dia 12 de Abril. Os artistas apropriaram-se do território e criaram novas peças com materiais usados, provenientes de oficinas e indústrias da região. Colocaram-se no mapa.
Pintura, escultura, instalação, vídeo, colagem: assim se contam narrativas ligadas ao mar, à pesca, às descobertas e à ecologia. Colocaram-nos no mapa.
De 7 de outubro a 30 de dezembro, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, a Casa da Cultura de Ílhavo, a Biblioteca Municipal de Ílhavo, o Museu Marítimo de Ílhavo e o Museu Vista Alegre recebem a exposição destes trabalhos e dos de alguns convidados nacionais e internacionais com a curadoria de Madina Ziganshina, da ART-MAP LAB. Mais de uma centena de obras, 34 artistas, 13 países.
Paralelamente à exposição, há um ciclo de atividades educativas com participação de artistas, oficinas, apresentações, conversas com os artistas e um concerto.
inauguração
7 outubro
15:00 Fábrica Ideias Gafanha da Nazaré
Museu Vista Alegre
Biblioteca Municipal de Ílhavo
Museu Marítimo de Ílhavo
19:00 Casa Cultura Ílhavo
artistas António J. Rocha, Portugal Catarina Machado, Portugal João Sousa Pinto, Portugal José Rosinhas, Portugal Sharon Peretz, Israel Maja Kirovska, Macedónia Carlos Teixeira, Portugal Marisa Piló, Portugal Patrícia Ferreira, Portugal Sandra de Jaume, Espanha
Foyer
Do realismo para o minimalismo. Neste núcleo, a cor é o fator dominante. Ali, as instalações, pinturas e esculturas destacam-se pelas suas formas e cores básicas: o círculo, o quadrado e o triângulo; o amarelo, o vermelho e o azul. É infinita a variedade de possibilidades que estas cores e formas, aparentemente simples, oferece e a espontaneidade da mensagem que as obras transmitem.
Galeria
No primeiro andar da Fábrica das Ideias nem tudo o que parece, é. A água do mar confunde-se com plástico azul, os coletes salvavidas podem não passar de fardos de palha que naufragam, um ponto do Google Maps pode ser o lugar em que um barco lotado luta por se manter à tona. É através das obras de Maja Kirovska, artista da Macedónia, que o público é transportado para a batalha, cada vez mais renhida, entre a realidade e a ilusão digital. As suas obras são um jogo dinâmico de surpresa e descoberta, mas sobretudo um convite à reflexão.
Espaço das Oficinas
Nos dias de hoje, com um avanço tão evidente da tecnologia, nomeadamente na área da fotografia e do design digital, ainda precisamos da pintura figurativa? Ao contrário da fotografia, a pintura figurativa não replica, necessariamente, a realidade, as pessoas, as paisagens: pode antes captar a sua essência através da cor, do tom, da linha. Nesta secção da exposição, explora-se o poder da imperfeição enquanto combustível criativo.
artistas Adalberto, Portugal Alessandra Sequeira, Portugal Andreas Gruner, Alemanha David Ian Bickley, Irlanda Irena Paskali, Alemanha Luis Filipe Rodrigues, Portugal Marisa Piló, Portugal Matej Tomažin, Eslovénia Merna Liddawi, Inglaterra Mina Kouzouni, Grécia Emma Brack, Noruega Letícia Larín, Brasil Miguel Neves de Oliveira, Portugal Pin Vega, Espanha
Foyer
No núcleo do piso inferior, encontram-se terra e mar, dois elementos essenciais que estão em confronto e união permanentes. Ao Homem, que desde sempre observa, impotente, esta dicotomia, resta-lhe admirá-los e questionar-se. E é essa a vontade patente nas monumentais obras de Miguel Neves Oliveira, o artista que resolveu “Devolver o Barco ao Mar”, que atraca agora na Casa da Cultura.
Galeria
Na Casa da Cultura, jogam o reflexo, a luz, a ruptura e a força. No 1oandar, o espelho-labirinto de Luís Filipe Rodrigues mostra ao público uma realidade dissimulada, em que a imagem adulterada atrai e seduz. Já nas mãos de Matej Tomazin, a colagem torna-se um poderoso instrumento de persuasão. O seu caleidoscópio é uma metáfora, um engano e uma promessa.
artistas Egle Grunfeld, Israel Kathleen Kuchera, Estados Unidos María X. Fernández, Espanha Piotr Pandyra, Polónia
Átrio
Hábitos tão antigos e tradicionais como costurar ou bordar começam a perder-se. Para as artistas Kathleen Kuchera, Irena Paskali e Maria X Fernández, as artes ancestrais da costura, conotadas às mãos femininas, são também ferramentas de discurso e da forma como as mulheres se apresentavam ao mundo. Kuchera explora a linha da fertilidade numa toalha simbólica, Paskali reanima os bordados feitos pela avó e Maria X Fernández torna a leitura feminina num objeto de paixão.
artistas José Plácido, Portugal
Jardim Interior
As obras expostas no Museu Marítimo de Ílhavo relacionam-se com a história da região, a ria e o mar. O artista José Plácido observou, ao pormenor, uma ferramenta quase insignificante e esquecida, mas essencial em qualquer barco, e contou a sua história em pedra. O artista tentou captar toda a transformação que decorreu desde há séculos até agora, explorando os hábitos, valores e vicissitudes das pessoas de antigamente até à chegada aos dias de hoje. Uma visão crítica de um escultor que opta por oferecer ao público a sua versão romântica do “vazadouro” ou “bertedoiro”.
artistas Alberto Vieira, Portugal Angela Beth Conte, Portugal/Brasil Marion Jones, Inglaterra Silvia Vale, Portugal
Sala de exposições temporárias
O que procura a cerâmica contemporânea? Da perfeição à assimetria, da poesia à provocação, não existe uma resposta certa, mas existe uma resposta nas mãos de cada artista. O que os une? A porcelana. Ceramistas portugueses e estrangeiros reúnem-se no Museu Vista Alegre para apresentar trabalhos tão díspares como as peças resultantes da residência artística de Marion Jones, na Fábrica da Vista Alegre e os quadros de “azulejos” da artista Silvia Vale.
Visitas integrais à exposição Fazer Sentido
14 outubro | 11 novembro | 9 dezembro
(segundo sábado de cada mês)
horário das 10:30 às 12:30
ponto de encontro Casa Cultura Ílhavo
visitas por marcação prévia
€2,00
Conversas com artistas da exposição Fazer Sentido
Todas as semanas um artista da exposição Fazer Sentido estará presente para uma visita/conversa à exposição.
2 novembro Marisa Piló
10 novembro Patrícia Ferreira
17 novembro José Plácido
horário 10:00
inscrição prévia obrigatória
dirigido a alunos do ensino secundário e público em geral
gratuito