As casas do centro histórico de Ílhavo abrem as suas portas para receber amigos e desconhecidos que se rendem aos petiscos, costumes e conversas ilhavenses. O convite é para a festa e para o convívio, mas também para a fruição artística. Este ano, é a artista Yola Pinto que desafia os anfitriões de cada casa a criar uma performance para a noite da Casa Aberta: "sei que nem sempre é fácil falar de nós. Minto, normalmente é bastante difícil até. Porque não há tempo para isso, porque parece sempre uma pequena desnecessidade, porque não se reconhece nessa reflexão um objetivo” Este ano, a proposta é a de falar deste lugar através dos corpos que o habitam, nas suas semelhanças enquanto colectivo, das suas particularidades enquanto indivíduos: “abrir as portas das nossas casas é também - se não, acima de tudo - disponibilizarmo-nos ao outro, dar-lhe um pouco de nós. Vamos falar de Ílhavo através dos corpos que o habitam”. O desafio de Yola Pinto aos anfitriões deste ano: "fale-me de si, do sal e das areias movediças do seu caminho, porque o corpo, acredito, fala sempre do território onde se inscreve".