Por onde reabrir caminho, qual o tema, a terra, o objetivo? À procura de nós, dos nossos detritos. Em frente... sempre em frente não olhar para trás. Olhos fechados sem querer pensar, o frio, o medo do frio, a fome. Ali em lugar nenhum, lugar perdido, duro, rasgado. Ali, o lugar da ânsia do desconhecido. Memórias de estômago vazio. A escuridão, o corpo colado a outro corpo e a outro e a outro... O filho de encontro ao peito, cobertor às costas e malas, sacos, bonecos, entre uma outra pequena mão de carne e osso. Pés devastados, pisados de cada poeira. As pedras…O céu espesso, um céu aberto e a cabeça a estalar. Já não se sabe da dor, já se perdeu a ira. A dúvida, a insegurança e a pequenez cansa. Perdido o mínimo poder, perdida a dignidade, cansa. Demolida a última réstia de humanidade, cansa. E porquê eu? (Olga Roriz, out. 2015)
Espetáculo comemorativo do Dia Mundial Da Dança
Desenvolvido no âmbito de residência artística realizada no Centro Cultural de Ílhavo
Co-produção: Companhia Olga Roriz e Centro Cultural de Ílhavo
Direção: Olga Roriz
Intérpretes: Beatriz Dias, Carla Ribeiro, Marta Lobato Faria, Bruno Alexandre, Bruno Alves, André de Campos e Francisco Rolo
Seleção musical: Olga Roriz e João Rapozo
Música: Aphex Twin, Ben Frost, Dahfer Youssef, Gavin Brayers, Max Richter, Two Fingers
Cenografia e figurinos: Olga Roriz e Paulo Reis
Desenho de luz: Cristina Piedade
Vídeo e pós-produção audio: João Rapozo
Assistente de direção e dramaturgia: Paulo Reis
Assistente de ensaios: Raquel Tavares
Montagem e operação de luz: Manuel Alão
Montagem e operação de som: Sérgio Milhano
Companhia Olga Roriz
Diretora e coreógrafa: Olga Roriz
Assessor da direção: Paulo Reis
Produção e digressões: Ana Rocha
Gestão: Patrícia Soares
Secretariado e produção: Teresa Brito