O Nome da Rosa, com Rosa Mota

O Nome da Rosa, com Rosa Mota

O nome da rosa 1 100 100
2017/01/28

O título do espetáculo refere-se ao romance do Umberto Eco, remetendo para o último capítulo do livro, em que Adso, um ancião, olha para o seu passado e chega à conclusão que todas as memórias e recordações que estimamos só nos lembram coisas que perdemos e que já não existem. O espetáculo olha para o passado de Rosa Mota, para a sua vitória quase iniciática em Atenas, e faz desse momento e desse passado glorioso um caminho para a abertura de significados no presente. Não se trata de uma biografia narrativa e linear. É uma Rosa dentro de uma Rosa dentro de uma Rosa, que no fim corta a Meta.

 

"A Rosa Mota é uma figura que acompanha toda a minha infância e adolescência. Lembro-me claramente de ver, pela televisão, as suas participações medalhadas nas Maratonas Olímpicas de Los Angeles [1984] e Seul [1988] e de sentir, através das reações eufóricas dos adultos, o entusiasmo patriótico “pela Rosa”. Acredito que o patriotismo no pós 25 de Abril começa a reconstruir-se e a regenerar-se à volta de figuras com projeção internacional como a Rosa ou o Fernando Gomes.
Neste processo criativo, comecei por investigar um momento-chave da carreira da Rosa, que é também um marco do desporto mundial, a Maratona Feminina de Atenas de 1982, a primeira a ser disputada num evento oficial internacional e que a Rosa vence. O facto de ter acontecido na Grécia não é de todo inocente [Maratona é, segundo a mitologia a cidade de onde parte Pheidippides, o mensageiro que deve anunciar, em Atenas, a vitória dos gregos contra os Persas. A distância entre as duas cidades marca, ainda hoje, a distância a percorrer pelos atletas].
Outro eixo importante é a palavra META, que, em português, designa o fim da corrida mas que é também a palavra grega da auto-referencialidade, do conceito sobre o próprio conceito. Quis ligar esse lugar do universo desportivo da Rosa a um lugar do meu universo criativo: um sintoma da criação artística mais recente que é o cansaço da meta (da metalinguagem, claro).
O título do espetáculo refere-se ao romance do Umberto Eco que foi adaptado para o cinema. No último capítulo do livro, Adso, um ancião, olha para o seu passado e chega à conclusão que todas as memórias e recordações que estimamos só nos lembram coisas que perdemos e que já não existem. E ilustra este pensamento com um provérbio em latim: stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus, e que significa: a rosa antiga permanece no nome, nada temos além dos nomes.
O espetáculo também pretende olhar para o passado da Rosa, para a sua vitória quase iniciática em Atenas, mas fazer desse momento e desse passado glorioso um caminho para a abertura de significados no presente, no momento do espetáculo. Nunca se trata de uma biografia narrativa e linear. É uma Rosa dentro de uma Rosa dentro de uma Rosa, que no fim corta a Meta". (Pedro Zegre Penim)

 

FICHA TÉCNICA

texto Pedro Zegre Penim e Hugo Van der Ding

encenação Pedro Zegre Penim

interpretação Rosa Mota, Mariana Magalhães, Pedro Zegre Penim, Hugo Van der Ding, Joana Magalhães, Mafalda Banquart, Xana Novais, Luísa Osório


luz Rui Monteiro

vídeo Jorge Quintela

produção executiva Teatro Praga e Teatro Municipal do Porto

coprodutores Teatro Praga, Teatro Municipal do Porto

foto José Caldeira/TMP

 
23 MILHAS
Av. 25 de Abril, 3830-044 Ílhavo - Portugal
tel +351 234 397 260
23milhas@cm-ilhavo.pt 
©2012 CCI
Acessibilidade

powered by Wiremaze